segunda-feira, 4 de abril de 2011

cinzas

29/01/2008

Raquel Macdonald.


Luto agora comigo própria.Não te posso apagar, mas vou deitar fora os rascunhos.Eu sei qual é a minha direcção e a tua posição.Ensinaste-me a escrever sem o saberes fazer, ensinaste-me o que são amigos, sem o saberes ser e sem nunca teres revelado quem eras, fizeste-me gostar do esboço que desenhei a pensar em ti.Hoje olho para ele, não te vejo lá. Apenas encontro traços que não fazem sentido e que não sei como os consegui desenhar.Tudo se apagou, o papel está a ficar velho, desgastado... Já pensei em guardá-lo numa gaveta e imortalizá-lo. Não te odeio, não te amo porque não te conheço. 
E se não for hoje, o papel acabará por se desfazer mais tarde. Sem pensar nas consequências atirei-o para a lareira.Observei-o enquanto se queimava e se tornava em cinzas...Lembrei-me apenas o quanto é facil desenhar o esboço de alguém que naturalmente acaba por vir a fazer parte da nossa vida e o quanto é dificil esquecê-lo, diria impossível. Nunca chegamos a esquecer, apenas podemos deixar para trás.Restavam uns escassos segundos até o papel desaparecer e veio-me um flashback de todos os nossos momentos, parecia um filme, que rodava rápido demais, numa ordem cronológica decrescente. Por momentos parecia que estava a voltar ao início, quando te conheci, mas não, foram só lembranças. Acabou o tempo, o papel deu lugar às cinzas e a lareira apagou-se, a chama morreu. 

Censura?!

Por: Raquel Macdonald Martinho, 27/03/2011

Será que vivemos num país que ainda está sob a alçada da censura? Uns dizem que sim, outros que não. Eu também mantenho as minhas dúvidas. Já Manuela Moura Guedes tem as suas certezas.
Num artigo de opinião que a jornalista escreveu para o jornal CORREIO DA MANHÃ, no passado dia 25, afirma que foi "corrida" do jornal de Sexta da TVI para evitar "causar problemas" ao Governo de José Sócrates e garantir que este não perdia as eleições, o que acabou por vir a acontecer.
Lamenta o facto de o telejornal ter sido censurado mas mostra estar orgulhosa por ter feito parte de um grupo de jornalistas que não "colaboraram com Sócrates na imagem distorcida do País".
Acredita que José Sócrates já há muito tempo que tinha falhado nas suas competências para com o País e para com os portugueses mas que os jornalistas nem sempre mostraram a realidade que se estava a viver que , na sua opinião, já em 2009 era "negra".

"Os jornalistas que não deram aos portugueses a realidade, já negra na altura, a do endividamento, dos seus custos, das obras públicas, parcerias público-privadas, empobrecimento da população, desemprego galopante, corrupção ao mais alto nível, os problemas da justiça, da saúde, do preço dos medicamentos, enfim, tudo aquilo que ao longo deste último ano tem sido finalmente notícia porque o fim deste Governo estava previsto".