quarta-feira, 23 de março de 2011

Adeus Sócrates!

O primeiro-ministro, José Sócrates, apresentou hoje a sua demissão ao Presidente da República, Cavaco Silva, na sequência de não ver aprovado o PEC 4. Acredita que a solução estará patente nas próximas eleições às quais se irá candidatar. "A crise política só pode ser resolvida pela decisão soberana dos portugueses. Com a determinação de sempre e a mesma vontade de servir o meu país, irei submeter-me a essa decisão".

terça-feira, 22 de março de 2011

À conversa com...Miguel Maximiano

Aqui se encontra um excerto da conversa que tive com um dos fundadores do grupo CAOS, no Sábado, dia 19 de Março.

CAOS no dia do pai

           No sábado, dia 19 de Março, conheci o grupo CAOS (Círculo de Actividades Oxigénio e Sol) que, segundo  um dos fundadores do grupo, Miguel Maximiano, nasceu "por volta" de há quinze anos atrás."Não temos tempo, nem datas" diz Miguel.
Começou por ser um pequeno grupo de amigos que "se juntavam para conhecer a gastronomia portuguesa, mas como injeriam muitas calorias, começaram a fazer caminhadas uma vez por mês" diz Miguel, entre risos. Hoje, este pequeno grupo conta com mais de 3700 indivíduos e opera todos os fins-de-semana, de forma gratuita e voluntária "não há qualquer dinheiro em funcionamento", adianta Miguel.
     O grupo não tem uma estrutura rígida e tem por objectivo fomentar laços entre as pessoas, o espírito de entreajuda, de boa disposição e principalmente caminhar ao longo de vários regiões de Portugal, de norte a sul do país.  Para fazer parte deste grupo apenas é necessário aparecer nas actividades e para se tornar membro, em cinco minutos, basta aceder ao site da organização: http://caminharemportugal.ning.com/

      No dia em que conheci o grupo, participei na actividade que tinham preparada, que constava em fazer uma caminhada na arriba fóssil da Costa da Caparica, mesmo por cima da praia da Fonte da Telha. O percurso iniciou-se às 16h30m e terminou só por volta das 23h onde mais de 50 pessoas, de mochilas, toalhas sobre a areia, espalhavam sorrisos e fomentavam conversas enquanto comiam, tiravam várias fotografias e esperavam pela luz da lua cheia. Enquanto caminhavam sobre a praia, alguns membros comentavam, entre risos, que os olhares curiosos que as pessoas pousavam sobre eles, faziam-nos sentir-se como uns extraterrestres.
    Esta iniciativa sempre teve como política trazer o próximo para caminhar com o grupo. "Fomo-nos multiplicando, através da internet também o que tem tornado mais díficil de cultivar os afectos entre as pessoas. Por vezes acontece que chegamos a uma actividade e não conhecemos ninguém". Para evitar esta situação e porque já contam com um grande número de membros, a organização decidiu formar vários grupos que estão distribuidos por zonas em todo o país e por isso conseguem distribuir, de melhor forma, o número de pessoas por grupo.

     Segundo Miguel Maximiano, esta organização é muito descontraida, não tem horas nem preocupações. "Vamos vivendo os sítios, sentido os cheiros, o palpitar do coração dos nossos companheiros". Este líder custuma comandar várias caminhadas na Serra de Sintra e o que mais gosta de fazer é mostrar às crianças o mundo da natureza e partilhar com elas os seus saberes.


Aqui ficam algumas das outras fotografias que tirei na caminhada...











quinta-feira, 17 de março de 2011

Um texto sobre a palavra "Palavra"

Decidi publicar um texto que escrevi há duas semanas, mais precisamente no dia 3 de Março, para a cadeira de TEP (Técnicas de Expressão do Portugûes) que me deu algum gozo compor. O exercício proposto pelo professor consistia em falar sobre uma palavra qualquer. De todas as palavras, optei por escrever sobre a palavra palavra pois achei que seria giro escrever  sobre uma palavra que também tivesse ligação com todas as outras.


Palavra


                “Mas uma palavra qualquer?!”, perguntei. “Sim, o professor disse para escolheres uma qualquer, desde que não sejam aquelas banais, como a compaixão, a liberdade, os amigos, o amor, a felicidade, a família…”.
Mas que chatice! Eu sei lá agora que palavra é que vou escolher… Lembrei-me de muitas palavras mas nenhuma me parecia a “tal”. Depois, pensei que talvez o melhor fosse consultar o meu dicionário e, eu estava tão confiante em que ao abri-lo numa página qualquer automaticamente estaria lá a palavra certa a piscar-me o olho, ou, quem sabe, a mandar-me sorrisinhos, como quem diz “Estou aqui! Sei há quanto tempo ansiavas por me colocar a vista em cima”, que acabei por abri-lo, de forma aleatória, por mais de cinco vezes seguidas. Ou, para dizer a verdade, por mais de quinze. Isto tudo até que desisti e comecei a folhear o dicionário, de trás para a frente e vice-versa. Ele conversou comigo e deu-me tantas sugestões que fiquei ainda mais indecisa e sem saber por onde começar. E sabem que quando uma pessoa começa a sentir-se indecisa por muito tempo também começa a ficar revoltada com a situação. Quer dizer, com tantas sugestões, como é que hei-de decidir qual das palavras merece maior protagonismo?
As palavras, que são muito vaidosas e querem sempre subir na vida, quando souberam que eu tinha de escrever um texto sobre uma delas, mas que ainda não me tinha decidido sobre qual, espalharam a notícia por toda a cidade de Letras. Por todo o país da gramática e dos prontuários se comentava o acontecimento e na cidade de Letras foi notória a agitação que as palavras estavam a viver perante a possibilidade de virem a ser eleitas e de terem duas páginas dedicadas só à sua existência. Ouvia-se ser comentado o assunto em todas as apóstrofes, até as preposições do convento espalhavam a palavra e as vírgulas da assembleia. Todos os dias chegavam candidaturas de palavras de todo o tipo, desde acepipe a zígnia, e de todos os pontos do país, que enunciavam, da forma mais caricata, as razões pelas quais seriam a palavra certa. Mandei chamar algumas dessas palavras ao meu gabinete para que me pudessem apresentar pessoalmente os seus depoimentos.
Muito dona do seu nariz a palavra fado, sem quase dizer nem bom dia nem boa tarde, quis automaticamente reivindicar os seus direitos e disse que deveria ser a escolhida pois representava, para além da música portuguesa, o fatum, isto é, o destino, e acreditava que não existia palavra mais indicada do que ela mesma para quem quer elaborar um texto com qualidade. Entretanto, outra palavra veio para me inquietar, que azar! Esta palavra fez-me lembrar os políticos já que se chegou até mim cheia de promessas e argumentou que se fosse escolhida tudo aquilo que eu escrevesse emanaria originalidade e brilho. Coisa que não aconteceu, culpa do azar. Logo nas primeiras duas linhas decidi deixar de lado a palavra azar e decidi ouvir os depoimentos da palavra cabra-cega. Esta palavra foi uma forte concorrente: transportou-me até às memórias da minha infância, era inocente e pouco vaidosa. Alegava pertencer a todas as crianças pois não havia nenhuma que não jogasse no infantário à cabra-cega e que não tentasse evitar ir parar ao meio da roda como a “pata choca”.
Mas ainda muitas outras palavras me passaram pela frente, como a cicatriz, que era alta, robusta, nada elegante e um bocadinho feia (coitadinha!) e que me veio dizer, de forma rude e sofrida, que era uma palavra muito importante pois simbolizava as feridas já cicatrizadas e as marcas deixadas nos humanos. Companheiras fiéis destes últimos até à sua morte, as cicatrizes não percebiam por que razão eram tão desprezadas.
Também mandei chamar outras palavras ao meu gabinete como, recado, contradizer, aurícula (não me perguntem porquê), bê-á-bá e, mesmo assim, depois de ter ouvido todos estes depoimentos, ainda não me tinha conseguido decidir por completo. E é neste contexto que chegamos ao presente, não tenho mais para contar. Estou para aqui sentada a divagar à espera que a inspiração me venha preencher a alma e acontece que esta só pode estar, de novo, de amuos comigo pois não me sinto iluminada nem estou a transbordar de criatividade. Já tentei persuadi-la mas ela é matreira e quanto mais chamamos por ela mais finge que nos vem oferecer ajuda e, ao invés disso, vem sugar-nos as acanhadas ideias que vamos tendo. É uma espécie de Robin Hood da cidade das Letras, mas que em vez de roubar aos ricos para dar aos pobres, fá-lo de forma contrária, vem roubar a pessoas como eu que estão a carecer de imaginação. Gostava de saber onde guarda tantas ideias e a quem as oferece, porque está visto que a mim não é certamente. Mas não se admirem; isto no país da gramática e dos prontuários nem sempre funciona de forma normal.
 E é no meio desta inquietação, quando já não vejo salvação para o meu caso, que surge de fininho uma última palavrinha. Esta última fascinou-me com o seu aspecto singelo, meigo e modesto mas, ao mesmo tempo, tão grande e tão mais apropriado que todos os outros. Não me apresentou mais do que uma razão, contundo essa tornou-se mais forte do que todas as inúmeras razões enunciadas pelas outras palavras, pois digam-me lá que palavra poderia merecer maior protagonismo do que aquela que tem significado em si mesma e em todas as outras?
E foi assim que resolvi o meu dilema e escolhi escrever um texto sobre a palavra palavra.
                                                                                                              Raquel Macdonald Martinho

quarta-feira, 16 de março de 2011

Carnaval de ski


Não passei propriamente o Carnaval que tinha imaginado para este ano. Na verdade, passei um muito melhor! Deixei de lado as minhas fantasias de Carnaval, quem sabe para o próximo ano, e com elas ficaram também as máscaras, as serpentinas, as pinturas, os ovos podres, as perucas, as músicas pimbas e os tambores. E, em vez disso tudo, agarrei nos meus polares, no meu casaco de ski juntamente com os gorros, luvas, e todo o equipamento que precisava para ir para Baqueira-Beret. Uma notícia de última hora mas, ainda assim, a melhor notícia que poderia ter tido. Já há dois anos que não ia à neve, estava um pouco enferrujada, e Baqueira-Beret era uma das estâncias que ainda não conhecia.
 Só posso dizer que adorei: a neve, as paisagens, as pessoas, o espanhol (atenção que me estou a referir à língua) e sobretudo esquiar que é algo de que gosto bastante!

 Também me soube muito bem apanhar outros ares, nem que tenha sido apenas por uma semana, em que as únicas preocupações que tive foram: tentar manter-me sempre em cima dos skis; descobrir que cadeiras tinha de apanhar para descer a pista que tinha ligação com o bar onde serviam sanduíches para o almoço; pôr protector para evitar ter o meu nariz a escamar (o que acabou por acontecer na mesma); acordar as 8h da manhã para o pequeno-almoço; às 10h montar nos skis já no cimo da montanha; e regressar as 17h30m para o meu quarto de hotel (que era a dois minutos das pistas a pé) no qual dormia até à hora de jantar. Diga-se de passagem que isto são preocupações com as quais qualquer pessoa vive (muito) bem.

Já percebi que está na altura de parar de vos fazer inveja e de vos cansar com os pormenores da minha viagem. Hoje fico por aqui, mas vou deixar algumas fotografias das paisagens que tive a sorte de encontrar e que, obviamente, não poderia ter deixado de fotografar.

Para ver as imagens em maior resolução clicar com o rato sobre elas.



Título

Bem sei que o título "Coisas" soa a desinteressante ou até mesmo a chato. Mas prometo que quando estiver mais inspirada troco o nome do título do meu blogue. É mesmo uma promessa. Mas têm de me entender, ainda estava eu no 2º passo para criar o blogue já ele me estava a pedir um título e por isso, um pouco à pressão e sem muita inspiração, lembrei-me de "coisas". E porquê o título "coisas" e não "jornalismo" por exemplo? Para vos ser sincera, jornalismo pareceu-me um título chato e tão comum que não quis pôr nem esse título nem nenhum desse género, que me parecesse muito informal e sério.

 Quero fazer deste blogue um espaço livre no qual publicarei diversos assuntos, desde crónicas, a simples conversas de café, fotografias tiradas por mim e assuntos da actualidade que me apeteça partilhar. Não quero dar um título a este blogue que me limite os assuntos, isto é, se eu tivesse escolhido por exemplo o título "moda" seria obrigada a falar constantemente de moda! E para além de eu perceber pouco (ou nada) de moda eu também não sei se amanhã me vai apetecer falar da política do nosso país ou se me vai apetecer apenas falar de um filme a que fui assistir. E por isso, por enquanto o título "coisas" encaixa bem para aquilo que quero, não me condiciona os assuntos  porque "coisas" é quase tudo. Com "coisas" posso falar de tudo aquilo que me passe pela cabeça no dia-a-dia, não soa a obrigação, nem me restringe, vou ser livre de publicar tudo aquilo que me apetecer. Mas não se desanimem, já prometi que vou encontrar um melhor.